Marcelo Rospide é um bom aluno

A torcida pediu, exigiu, gritou e a direção atendeu (no limite, mas atendeu) demitindo o técnico Celso Roth. Enquanto não chega Paulo Autuori, o Grêmio está sendo treinado pelo interino Marcelo Rospide, que era auxiliar do antigo treinador. Foram quatro vitórias consecutivas na Libertadores até a estréia no Brasileirão contra o Santos, domingo, quando sofreu o empate no final, jogando mal.

Mesmo vencendo as partidas anteriores, o Grêmio dava a impressão que não estava jogando bem. Tcheco continua escalado como segundo volante, marcando, o que faz jogar menos do que sabe. Os dois alas (Ruy e Fábio Santos) continuam apresentando deficiências técnicas para atuar nessa função. E o trio de zagueiros tem cometido erros de amador. No ataque, Jonas parece ter esgotado seu estoque de gol do semestre. Menos mal que Maxi está dando o recado na frente e Souza está sabendo aproveitar a liberdade que tem para jogar.

Domingo Rospide mostrou que foi um bom aluno de Roth. Fez substituições que fizeram a torcida lembrar do antigo treinador. Trocou atacante por volante e o atual goleador Maxi, por Alex Mineiro. Montou o time no 3-6-1 de tantas derrotas, com Túlio na segunda função do meio de campo e Adilson na primeira. E quando todos imaginavam que ele iria ajustar o time, o técnico colocou Douglas Costa no lugar de Tcheco. E tudo para liberar Souza e o garoto para atuar mais perto de Alex.

Não vamos entrar em questão se a idéia funcionou ou não, mas é preciso colocar em questão a atual situação do Grêmio.

Se o time não possui jogadores que sabem jogar como ALAS, então não pode jogar no 3-5-2, onde a principal característica é a existências de dois “alas”. Tcheco é o jogador mais inteligente do grupo, quem dá o ritmo e a velocidade, mas está atuando como segundo volante para ajudar na marcação, e porquê? Porque no esquema atual, é preciso alguém ser sacrificado para essa função. Rever está deslocado, mais na frente da zaga, como se fosse companheiro de Adilson no meio campo. Ou ele é terceiro zagueiro, ou volante, o que não pode é essa indefinição.

É melhor Paulo Autuori chegar logo e colocar em pratica o tradicional 4-4-2. O que não pode é o Grêmio ficar jogando num esquema de jogo que tenta ser um 3-5-2, mas não é. Daqui há pouco, após organizar o time, ouviremos Rospide declamar: “Ser ou não ser, eis a questão!”

~ por gilbertodutra em quarta-feira, maio 13, 2009.